AMADO BATISTA O CANTADOR DE HISTÓRIAS


Nasce Amado Rodrigues Batista ( Continuação 3 )
  
Foram seis anos capinado ao lado dos irmãos e do pai para ajudar a família a se manter, até que, em 1965, os Batista desabaram em lágrimas. Dona Joana ficou viúva e seus dozes filhos, órfãos de pai.

 Aquele homem moreno, de cabelos lisos e 1,80 metro de altura, sofria do mal de Chagas, infecção transmitida pelo mosquito conhecido como barbeiro, e faleceu. Seu Sebastião encerrava ali a sua missão.

 Foi um golpe muito duro para a família Batista, que se viu sem o chefe da casa.

 Assim como todos os filhos encontram o pai seu porto seguro, com Amado não foi diferente. Garoto ainda, no auge de seus 14 anos, em plena adolescência, ele perdeu um de seus pontos de referência, o pai.

 O cantor, que tem como uma de suas características olhar nos olhos, nesse momento abaixou a cabeça e, mais uma vez, ficou emocionado ao falar do pai.

 Era preciso ser forte, sua mãe e seus irmãos precisavam dele. Foi então que, por mais que sentisse aquela dor profunda no coração, não deixou que a família desmoronasse. Juntou todas as forças que tinha e continuou a batalha. 

 No mesmo ano, a família Batista decidiu mudar-se para Goiânia, capital de Goiás.

 Dois de seus irmãos, Artênio Batista e Ulisses Rodrigues, já moravam lá - foram estudar e trabalhar- e por isso a família resolveu partir. Artênio e Ulisses conseguiram certa estabilidade financeira, que permitia trazer a mãe e os dez irmãos para morarem com eles, e foi isso que fizeram.

 Amado Batista, que estava acostumado a ir à cidade de Itapuranga uma vez ao ano, deixou a casa, a roça e a escola para trás. foi morar, estudar e trilhar novos caminhos na cidade grande.


 Reginaldo Sodré, Luciano Silva