AMADO BATISTA O CANTADOR DE HISTÓRIAS

Nasce Amado Rodrigues Batista ( Continuação )

Amado trabalhou desde muito pequeno. Já aos 5 anos ajudava o pai na lavoura, junto com seus irmãos.
 Começou pegando água para que os peões matassem a sede.

 - Vai lá na mina buscar água, menino!

 Com o sol a pino, no momento em que fazia uns trinta graus na sombra, lá ia menino franzino, com trajes humildes e descalço andar metros e metros para buscar água e matar a sede dos peões. Voltava da mina encharcado de suor.

 Por muito tempo foi assim, mas, como em qualquer outro lugar, e na roça não poderia ser diferente, Amado foi crescendo e, com isso, ganhando mais responsabilidades. De mero " pegador de água " passou a lavrador e começou a carpir com o pai.

 Nessa fase, Amado já tinha idade suficiente para ir à escola e com muita dificuldade - se trabalhar como lavrador já é desgastante para um adulto, imagine para uma criança - conseguiu conciliar o trabalho e os estudos. Estudava em um rancho feito de palha e foi nessa escola improvisada que teve suas primeiras lições e se alfabetizou.

 Seu sebastião batalhava para criar os doze filhos.
 Capinava, cultivava e colhia e, como eram agregados, de tudo que era produzido, 30% ia para o fazendeiro, como pagamento pela casa onde moravam e pela terra que cultivavam. Era uma vida muit difícil e não sobrava muito dinheiro. O que restava, era sempre para o sustento da família. Luxo não existia, trabalhar era questão de sobrevivência.

  A família Batista trabalhava duro. Amado era um dos que sempre acordava às cinco da manhã, com os café preto e o bolinho de polvilho frito na manteiga já prontos, preparados por sua mãe.

 Leite naquela época era extravagância. Por mais simples que fosse a refeição matinal, dona joana nunca deixou que os filhos e o marido saíssem de casa sem tomar café da manhã.

 Às seis da matina, os garotos e seu Sebastião já estavam na roça. Eles capinavam até as nova da manhã, quando chegava o almoço. Era hora de parar para comer e descansar à sombra de uma árvore. Alguns minutinhos depois, lá estavam eles capinando novamente.

 O céu azul, sem muitas nuvens, aquele sol fervendo, e eles capinando. O suor escorria pelo rosto e pelo corpo inteiro, um esforço físico tremendo até que o relógio apontasse uma hora da tarde. Hora do jantar. Lá  vinha alguém trazê-lo. Era a última oportunidade de descansarem mais um pouco. Eles jantavam e dali em diante só comeriam novamente ao entardecer, em casa, na ceia. De tempos em tempos, entre a janta e a ceia, surgia um lanchinho mandado por dona Joana, o tão apreciado pão de queijo para saciar a fome.

 Durante anos, essa foi a rotina, acordar cedo, capinar, preparar a terra para o plantio, plantar - seu Sebastião plantava arroz, feijão e milho - cultivava, retirava as pragas e ervas daninhas, até a época de colher. Na colheita, era feito o ensacamento do produto para a venda e, do dinheiro recebido, 30% era entregue ao dono da terra.

Em breve mais postagens sobre essa história.


                                                           Erich, Luciano Silva, Bruno